Este é um dos principais problemas enfrentados pela sociedade moderna, mas pode ser vencido
Por Ana Pellegrini Costa e Rodrigo França
Já se tornou senso comum, nos dias de hoje, falar que vivemos sob estresse. E administrar essa reação de nosso organismo não é tarefa fácil. A alta exigência de capacitação, a forte concorrência no trabalho e a crise de falta de tempo são alguns dos fatores que contribuem para que grande parte da população viva estressada. Um bom exemplo é o caso da estudante Gabriela Janaína Ramos.
No fim do ano passado, Gabriela vivia situações que a colocaram sob grande pressão. Sua mãe passava por problemas de saúde, seu rendimento na faculdade estava baixo e ela andava preocupada com a exigência de conseguir um emprego. “Um dia, não agüentei. Estava indo para aula, às 7h da manhã, e acabei brigando com o motorista do ônibus, porque ele havia fechado a porta no meu pé. Fiquei tão nervosa que acabei desmaiando”, conta a universitária.
Entretanto, até essa crise estourar, Gabriela não havia se dado conta de que já havia emagrecido oito quilos, que seus cabelos e unhas estavam enfraquecidos, com falta de vitaminas, e que ela apresentava sintomas de anemia. “Eu me alimentava muito mal, não tinha tempo de fazer minhas refeições ou estava sempre nervosa, o que me fazia perder o apetite”. Foi quando decidiu procurar um médico e mudar seu estilo de vida.
Atualmente, a estudante organiza melhor seu dia de maneira que consiga ter pausas para se alimentar e para momentos de lazer. “Além de tomar vitaminas que reforçam minha alimentação, hoje em dia dou mais valor para o meu bem-estar. Sempre que tenho um tempo livre, procuro ouvir música, caminhar, sair com meus amigos. Todas essas atividades me deixam mais tranqüila, com maior ânimo de continuar com as minhas tarefas do dia a dia”.
Basta 40 minutos
Médicos, professores de Educação Física e fisioterapeutas são unânimes em assegurar que o exercício físico, feito regularmente, é a arma mais eficaz contra o estresse causado pela correria do dia a dia. A doença, que atinge homens e mulheres, em qualquer idade, na maioria dos casos apresenta, nos indivíduos, sinais de mau humor, medo, cansaço, tristeza, dor de cabeça, irritação, grande agitação, constantes crises de tensão e angústia, diminuição da produtividade, isolamento, sudorese intensa e outros sintomas. Com o exercício físico, o corpo aumenta a produção de hormônios como a seretonina que gera uma sensação de bem estar e felicidade. Praticar exercícios pode ser considerado o método mais eficiente de prevenir e tratar a doença.
A médica neurologista, vice-presidente da Sociedade Paranaense de Ciências Neurológicas, Viviane Flumignan Zétola, explica que quem faz exercícios físicos regularmente tem muito menos chance de sofrer de estresse do que indivíduos que não praticam esporte. “Exercícios regulares mostraram-se muito eficientes mesmo no tratamento daquelas pessoas que já sofrem os sintomas do estresse, melhorando a qualidade de vida e ajudando a diminuir os sinais da doença”, relata.
De acordo com a médica, mesmo com o diagnóstico da doença confirmado, a prática dos exercícios físicos regulares atua melhorando e aumentando a cada dia a qualidade de vida dos pacientes. Viviane Flumignan Zétola, que orienta vários pacientes, lembra que os exercícios passam a atuar como um trabalho terapêutico, prevenindo e cessando os danos do estresse.
Bom para a mente, bom para o coração
Segundo o médico cardiologista Dr. Manoel Fernandes Canesin, presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia, além de praticar exercícios físicos regularmente é necessário mudar a rotina de vez em quando pensando na saúde.
De acordo com o Dr. Fernandes, as relações sociais trazem efeitos positivos aos indivíduos. “É possível ver em pesquisas recentes uma menor incidência de numero de infartos em pessoas que se relacionam com amigos pelo menos duas vezes por semana” relata. “Sair para jantar, ir a eventos sociais, receber os amigos em casa, ou simplesmente sair para se divertir tudo isso ajuda a diminuir as chances de um infarto causado pelo estresse”, manifesta-se.
Outras alternativas
Além do exercício físico e dos relacionamentos, existem muitas outras atividades que podem nos auxiliar no combate ao estresse e a ansiedade. O Yoga é mais uma dessas alternativas. Como orienta o instrutor Raphael Cagnotto, temos que saber otimizar e bem administrar as nossas energias e o nosso estress. “A regra é muito simples: quanto mais energia temos, melhor administramos o estresse e maior nossa capacidade de realização. Os estressados pensam que precisam relaxar. Porém, o que eles precisam, na verdade, é recarregar suas baterias para encarar os desafios que a vida nos impõe”, declara Cagnotto.
Dentro desse contexto, a prática do yôga se apresenta como uma alternativa no combate ao estresse, uma recarga para a nossa bateria.
Alimentação
Em conjunto com todas essas atividades, é fundamental se alimentar bem. A orientação dos nutricionistas e nutrólogos são as seguintes: diminuir o consumo de sal, açúcar e cafeína; e investir em uma alimentação equilibrada – com bastante magnésio, cálcio, ferro, vitamina C e vitaminas do complexo B.
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